quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Introdução à guerra

Guerra do Vietnã, o mais longo conflito militar pós II Guerra

A Guerra do Vietnã foi o mais longo conflito militar que ocorreu depois da II Guerra Mundial. Estendeu-se essa guerra em dois períodos distintos. No primeiro deles, as forças nacionalistas vietnamitas, sob orientação do Viet Minh (a liga vietnamita), lutaram contra os colonialistas franceses, entre 1946 a 1954. No segundo, uma frente de nacionalistas e comunistas - o Vietcong - enfrentaram as tropas de intervenção norte--americanas, entre 1964 e 1975. Com um pequeno intervalo entre os finais dos anos 50 e início dos 60, a guerra durou quase 20 anos.

A unificação nacional foi formalizada em 2 de julho de 1976 com o nome de República Socialista do Vietnã, 31 anos depois de ter sido anunciada. Mais de um milhão de vietnamitas perecem enquanto que 47 mil mortos e 313 mil feridos ocorreram pelo lado americano, a um custo de US$ 200 bilhões.

A região do atual Vietnã foi parte da Indochina, colônia francesa desde o final do século XVIII. O processo de descolonização processou-se após a Segunda Guerra Mundial, a partir de violenta luta envolvendo as tropas francesas e os guerrilheiros do Viet Minh (Liga para a Independência do Vietnã) ligada ao Partido Comunista, que por sua vez havia sido fundado em 1930 por Ho Chi Minh.

O movimento guerrilheiro travou suas primeiras lutas em 1941, durante a II Guerra, contra o domínio japonês, e manteve a luta contra a França quando essa, após o final da Grande Guerra, tentou recuperar seu domínio a partir dos bombardeios promovidos sobre a região norte do Vietnã. De 1946 a 1954 desenvolveu-se a Guerra da Indochina, onde os norte-vietnamitas, liderados pelo Viet Minh e com o apoio da China, derrotaram os Franceses, obrigando Paris a aceitar a independência.

A Conferência de Genebra (1954) reconheceu a independência do Laos, Camboja, e do Vietnã, dividido em dois pelo paralelo 17: ao norte formou-se a República Democrática do Vietnã, pró soviética - sob o controle de Ho Chi Minh -, e ao sul formou-se a república do Vietnã, pró ocidental - sob o domínio do imperador Bao Dai, um títere dos franceses. Foi determinado ainda que em 1956 realizar-se-ia um plebiscito para promover a unificação do país, e haveria entre os Vietnãs do Norte e do Sul uma Zona Desmilitarizada (ZDM). Os Estados Unidos presentes no encontro não assinaram o acordo.

Em 1955 o primeiro ministro Ngo Dinh Diem liderou um golpe militar que depôs a monarquia e organizou uma república ditatorial, que recebeu apoio norte americano, executando principalmente uma política repressiva - desdobramento da doutrina Truman, que preocupava-se em conter a expansão socialista. A violenta política repressiva, associada aos gastos militares e a estagnação da economia, fez com que surgissem os movimentos de oposição, destacando-se a Frente de Liberação Nacional e seu braço armado, o exército vietcong.

O presidente Kennedy envia, então, os primeiros "conselheiros militares" que, depois de sua morte em 1963, serão substituídos por combatentes. Seu sucessor, o presidente Lyndon Johnson, aumenta a escalada de guerra, depois do incidente do Golfo de Tonquim, em agosto de 1964. Esse incidente provou-se posteriormente ter sido forjado pelo Pentágono para justificar a intervenção. Um navio americano teria sido atacado por lanchas vietnamitas em águas internacionais (na verdade era o mar territorial norte-vietnamita), quando patrulhava no Golfo de Tonquim. Assim os norte-americanos consideraram esse episódio como um ato de guerra contra eles, fazendo com que o Congresso aprovasse a Resolução do Golfo de Tonquim, que autorizou o presidente a ampliar o envolvimento americano na região.

Um dos principais momentos da guerra ocorreu em 1968, quando tropas do norte e dos vietcongs desfecharam a Ofensiva do Tet, comandada pelo General Giap, alcançando Saigon (capital do sul) e outras cidades importantes, impondo importantes derrotas aos norte-americanos.

Este fato fez com que o descontentamento nos EUA aumentasse, ocorrendo várias manifestações contra a participação na guerra. No entanto, o presidente Nixon, em 1972, ampliou ainda mais o conflito ao bombardear região do Laos e Camboja, tentando destruir a Trilha de Ho Chi Minh, responsável pelo abastecimento dos vietcongs, além de retomar os intensos bombardeios sobre as cidades do norte - utilizando-se de armas químicas - e bloquear os portos. Tanto o norte como os guerrilheiros mantiveram-se em luta, desgastando o exército norte americano, forçando o governo a aceitar o Acordo de Paris.

Durante oito anos, os americanos jogaram cerca de 8 milhões de toneladas de bombas no norte. A crescente oposição nos Estados Unidos à guerra, somada à determinação dos vietcongues e vietnamitas, forçaram o governo americano a admitir a derrota. Deu-se o cessar fogo. Em 1973, os acordos de paz puseram fim ao engajamento militar americano. Mas não à guerra civil, que ainda assolou o país. A Guerra do Vietnã só terminaria mesmo em 29 de abril de 1975, quando o governo de Saigon renderia-se.










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