quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Dicas de filme



A Guerra do Vietnã é, até hoje, uma ferida aberta no orgulho dos Estados Unidos. A política intervencionista da terra do tio Sam, em plena Guerra Fria, fez com que o presidente Kennedy mandasse, em 1961, quinze mil “conselheiros militares” ao Vietnã, numa tentativa de atrapalhar a reunificação do conturbado país, prejudicando, assim, os planos do líder Ho Chi Minh de estabelecer uma sociedade comunista em uma nação unificada. Em 1965, o presidente Lyndon Johnson aumentou substancialmente o número de tropas e armamentos na guerra, sob intensos protestos de grande parte da população civil estadunidense. Os mais modernos artefatos bélicos desenvolvidos pelos Estados Unidos até então foram postos em ação no conflito. Entre eles, estavam as terríveis bombas de fragmentação, o explosivo napalm e desfolhantes químicos. As tropas do exército norte-vietnamita eram nutridas por armamentos fornecidos, por trás dos panos, pela União Soviética.
Apesar de todo o esforço empreendido durante os doze anos em que os Estados Unidos estiveram envolvidos no conflito armado, as forças norte-vietnamitas e vietcongues acabaram saindo vitoriosas. Os EUA deixaram à região em 1973, após terem sofrido 46.370 baixas.
A Guerra não poderia passar despercebida pela indústria cinematográfica e, onde muitos filmes entraram em cena.


>>> Apocalypse Now


“Apocalypse Now“, de Francis Ford Coppola, foi baseado no livro Heart of Darkness, de Joseph Conrad. No filme, o capitão Willard (Martin Sheen), do exército dos Estados Unidos, recebe uma curiosa missão: deve embarcar em uma perigosa viagem ao Camboja, com o objetivo de encontrar e eliminar o coronel Walter E. Kurtz (Marlon Brando), oficial que teria enlouquecido e estaria comandando um exército de nativos fanáticos nas selvas do país. A jornada é empreendida em um pequeno barco da marinha, comum nos rios do Vietnã, durante a guerra.
A tripulação do barco é composta por jovens marinheiros, comandados pelo experiente Chefe Phillips. Enquanto sobem o rio, passando por terras infestadas de inimigos, o capitão Willard, estudando dossiês sobre o coronel Kurtz, fica obcecado pelo misterioso homem. Willard, aos poucos, vai se tornando cada vez mais parecido com Kurtz, entendendo sua forma de pensar e agir. Os dois parecem estar estranhamente vinculados e, como é dito no próprio filme, não dá para contar a história de Walter E. Kurtz sem contar a de Benjamin L. Willard. O final de “Apocalypse Now” é extremamente dramático e marcante. O encontro dos dois oficiais, que aprendemos a aguardar desesperadamente durante o filme, sela seus destinos, em um momento para o qual ambos parecem ter nascido.
Muitos dizem que “Apocalypse Now” é um filme de guerra. Para mim, a Guerra é apenas o cenário mais oportuno aos dramas pessoais que o filme tenta revelar. A estranha ligação entre Willard e Kurtz é, ao meu ver, o principal tema de “Apocalypse Now”, que foge totalmente aos clichês, não sendo apenas mais um filme de crítica explícita à Guerra do Vietnã.



>>> Platoon

O diretor Oliver Stone, em 1986, aventurou-se numa bem sucedida versão da Guerra do Vietnã, em “Platoon“. Stone, que lutou no Vietnã, sendo ferido em combate, pôs sua experiência pessoal no filme, tornando-o quase autobiográfico. “Platoon” conta a estória de Chris Taylor (Charlie Sheen), um jovem que se recruta voluntariamente no exército dos EUA, com o objetivo de lutar no Vietnã. Chegando lá, Taylor vê que a guerra não era como ele pensava. A maioria dos soldados que servem em seu pelotão são garotos oriundos da classe social mais baixa dos Estados Unidos, obrigados pelo governo a se arriscarem na guerra.

Dois oficiais do pelotão, interpretados brilhantemente por Tom Berenger e Willem Dafoe, não conseguem separar a guerra que travam com o inimigo daquela que travam um com o outro. Isso faz com que os homens se dividam, quebrando o companheirismo e tornando ainda mais difícil o longo período que os soldados têm que passar naquele inferno.
Numa cena forte, os soldados americanos invadem uma aldeia de camponeses e, literalmente, fazem um massacre, matando homens e mulheres, incendiando cabanas. Na mesma cena, é mostrado o ódio que começa a nascer em Chris. Um ódio que não é nutrido pelos vietnamitas e sim pela própria situação de limite em que o soldado está vivendo. Chris quase perde o controle quando é desafiado por um camponês perneta, que é morto a coronhadas, momentos depois, por outro soldado do pelotão.
“Platoon” mostra, com detalhes, o extremo cansaço físico e mental a que eram submetidos os soldados, durante a guerra. O filme revela, aos poucos, a revolta que cresce no íntimo dos homens, levando-os a praticarem atos desumanos e inesperados.



>>> Nascido Para Matar

Em sua respeitável, incursão ao universo dos filmes de guerra, Stanley Kubrick foi autor de uma das mais notáveis e chocantes obras do gênero: “Nascido Para Matar” (Full Metal Jacket, 1987). A primeira parte do filme tem como cenário um campo de treinamento norte-americano, onde jovens comuns são forçados a tornarem-se assassinos frios, antes de serem enviados ao Vietnã. As lentes de Kubrick mostram com ironia a vida dos recrutas, sob o comando do mais que severo sargento Hartman.
O primeiro estágio chega ao clímax numa extraordinária cena no banheiro do campo de treinamento, considerada, por mim, uma das mais marcantes da história do cinema. Na segunda parte, somos transportados ao Vietnã e assistimos ao conflito através do recruta Joker, correspondente de um jornal de guerra destinado aos combatentes americanos.

Kubrick nos mostra agora a trajetória de jovens envolvidos em uma guerra que não é deles, assassinos movidos por uma falsa esperança de tornarem-se, um dia, heróis. Mostra a convivência dos soldados e suas relações com os vietnamitas. Revela suas inseguranças e seus medos, escondidos sob a máscara de homicidas de sangue frio. No clímax desta segunda etapa do filme, é mostrado o outro lado da guerra: os jovens soldados, unidos, enfrentando um inimigo único. O filme revela a guerra aos olhos de um dos maiores diretores do século passado. O tema é tratado com uma crueza perturbadora, humor sarcástico e uma visão crítica única.
“Nascido Para Matar” destaca-se das outras produções do diretor como um legado de Kubrick aos dias de hoje, a uma sociedade movida pela indústria bélica, a mais imoral de todas as empresas. Um legado a uma sociedade de assassinos profissionais que são, como nos revela Kubrick, as maiores vítimas da guerra.



>>> De volta para o inferno


Cal Rhodes (Gene Hackman) é um coronel aposentado do exército norte-americano que tem tentado durante dez anos conseguir do governo alguma informação relativa ao desaparecimento de Frank (Todd Allen), seu filho, que em 1972 tinha sido considerado desaparecido na Guerra do Vietnã. Frank foi visto pela última em um campo de prisioneiros de guerra no Laos, mas apesar desta informação o governo nada faz, pois considera Frank desaparecido em combate. Assim Cal usa toda sua experiência militar para formar um grupo de resgate formado por veteranos e um novato, Scott (Patrick Swayze), cujo pai também foi para o Vietnã e não voltou, e treiná-lo. Cal tem total apoio financeiro de MacGregor (Robert Stack), um multimilionário cujo filho também é um prisioneiro de guerra. Mas esta missão envolve riscos e provavelmente nem todos vão sobreviver.


quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Introdução à guerra

Guerra do Vietnã, o mais longo conflito militar pós II Guerra

A Guerra do Vietnã foi o mais longo conflito militar que ocorreu depois da II Guerra Mundial. Estendeu-se essa guerra em dois períodos distintos. No primeiro deles, as forças nacionalistas vietnamitas, sob orientação do Viet Minh (a liga vietnamita), lutaram contra os colonialistas franceses, entre 1946 a 1954. No segundo, uma frente de nacionalistas e comunistas - o Vietcong - enfrentaram as tropas de intervenção norte--americanas, entre 1964 e 1975. Com um pequeno intervalo entre os finais dos anos 50 e início dos 60, a guerra durou quase 20 anos.

A unificação nacional foi formalizada em 2 de julho de 1976 com o nome de República Socialista do Vietnã, 31 anos depois de ter sido anunciada. Mais de um milhão de vietnamitas perecem enquanto que 47 mil mortos e 313 mil feridos ocorreram pelo lado americano, a um custo de US$ 200 bilhões.

A região do atual Vietnã foi parte da Indochina, colônia francesa desde o final do século XVIII. O processo de descolonização processou-se após a Segunda Guerra Mundial, a partir de violenta luta envolvendo as tropas francesas e os guerrilheiros do Viet Minh (Liga para a Independência do Vietnã) ligada ao Partido Comunista, que por sua vez havia sido fundado em 1930 por Ho Chi Minh.

O movimento guerrilheiro travou suas primeiras lutas em 1941, durante a II Guerra, contra o domínio japonês, e manteve a luta contra a França quando essa, após o final da Grande Guerra, tentou recuperar seu domínio a partir dos bombardeios promovidos sobre a região norte do Vietnã. De 1946 a 1954 desenvolveu-se a Guerra da Indochina, onde os norte-vietnamitas, liderados pelo Viet Minh e com o apoio da China, derrotaram os Franceses, obrigando Paris a aceitar a independência.

A Conferência de Genebra (1954) reconheceu a independência do Laos, Camboja, e do Vietnã, dividido em dois pelo paralelo 17: ao norte formou-se a República Democrática do Vietnã, pró soviética - sob o controle de Ho Chi Minh -, e ao sul formou-se a república do Vietnã, pró ocidental - sob o domínio do imperador Bao Dai, um títere dos franceses. Foi determinado ainda que em 1956 realizar-se-ia um plebiscito para promover a unificação do país, e haveria entre os Vietnãs do Norte e do Sul uma Zona Desmilitarizada (ZDM). Os Estados Unidos presentes no encontro não assinaram o acordo.

Em 1955 o primeiro ministro Ngo Dinh Diem liderou um golpe militar que depôs a monarquia e organizou uma república ditatorial, que recebeu apoio norte americano, executando principalmente uma política repressiva - desdobramento da doutrina Truman, que preocupava-se em conter a expansão socialista. A violenta política repressiva, associada aos gastos militares e a estagnação da economia, fez com que surgissem os movimentos de oposição, destacando-se a Frente de Liberação Nacional e seu braço armado, o exército vietcong.

O presidente Kennedy envia, então, os primeiros "conselheiros militares" que, depois de sua morte em 1963, serão substituídos por combatentes. Seu sucessor, o presidente Lyndon Johnson, aumenta a escalada de guerra, depois do incidente do Golfo de Tonquim, em agosto de 1964. Esse incidente provou-se posteriormente ter sido forjado pelo Pentágono para justificar a intervenção. Um navio americano teria sido atacado por lanchas vietnamitas em águas internacionais (na verdade era o mar territorial norte-vietnamita), quando patrulhava no Golfo de Tonquim. Assim os norte-americanos consideraram esse episódio como um ato de guerra contra eles, fazendo com que o Congresso aprovasse a Resolução do Golfo de Tonquim, que autorizou o presidente a ampliar o envolvimento americano na região.

Um dos principais momentos da guerra ocorreu em 1968, quando tropas do norte e dos vietcongs desfecharam a Ofensiva do Tet, comandada pelo General Giap, alcançando Saigon (capital do sul) e outras cidades importantes, impondo importantes derrotas aos norte-americanos.

Este fato fez com que o descontentamento nos EUA aumentasse, ocorrendo várias manifestações contra a participação na guerra. No entanto, o presidente Nixon, em 1972, ampliou ainda mais o conflito ao bombardear região do Laos e Camboja, tentando destruir a Trilha de Ho Chi Minh, responsável pelo abastecimento dos vietcongs, além de retomar os intensos bombardeios sobre as cidades do norte - utilizando-se de armas químicas - e bloquear os portos. Tanto o norte como os guerrilheiros mantiveram-se em luta, desgastando o exército norte americano, forçando o governo a aceitar o Acordo de Paris.

Durante oito anos, os americanos jogaram cerca de 8 milhões de toneladas de bombas no norte. A crescente oposição nos Estados Unidos à guerra, somada à determinação dos vietcongues e vietnamitas, forçaram o governo americano a admitir a derrota. Deu-se o cessar fogo. Em 1973, os acordos de paz puseram fim ao engajamento militar americano. Mas não à guerra civil, que ainda assolou o país. A Guerra do Vietnã só terminaria mesmo em 29 de abril de 1975, quando o governo de Saigon renderia-se.










O Davi asiático e o Golias americano

Mapa dos Estados Unidos da América
A luta descrita no Antigo Testamento que envolveu o jovem e esmirrado pastor judeu Davi e o gigante filisteu Golias, que teria ocorrida mil anos antes de Cristo, talvez não seja uma imagem suficientemente real para descrever o desproporcional enfrentamento entre o povo vietnamita e as forças de intervenção norte-americanas, ocorrido durante a longa Guerra do Vietnã (1964-1975). De um lado encontrava-se uma nação, se bem que herdeira de uma cultura antiqüíssima, das mais pobres do mundo, cujo padrão de vida era várias vezes inferior ao menos desenvolvido dos estados norte-americanos. Do outro, a maior potência militar do planeta. A mais rica e poderosa nação do mundo, a única capaz de realizar intervenções militares em escala planetária, bem como arrasar bombardeios nucleares qualquer vestígio de vida sobre a terra.
No entanto, para surpresa de boa parte do mundo, depois de onze anos de guerra direta (1964-1975), os Estados Unidos foram constrangidos a retirar-se do sudeste asiático, reconhecendo sua primeira derrota militar em seus dois séculos de história. Para ambos os países, as conseqüências foram eloqüentes, chocantes, naturalmente que muito mais dolorosas para o povo vietnamita.



Mapa do Vietnã

Personalidades

Nome: Ho Chi Minh

Quem foi: Ho Chi Minh foi um dirigente comunista. Em 1946 ele proclamou a independência do Vietnã e também estabeleceu um Estado republicano no norte do território. Em 1954 foi encerrada a guerra da Indochina com a derrota francesa na batalha de Diem Bien Phu.Com isso foi decidido em genebra as retiradas francesas e então o Vietnã foi dividido em duas partes.O norte comandado por Ho Chi Minh e o sul por Bao Dai.





Nome: General William Westmoreland

Quem foi: O general William era filho de uma familia de classe alta.William foi oficial da artilharia,coronel,chefe de estada-maior de uma divisao de infataria,foi brigadeiro-general e tambem major-general.Com isso nos podemos ver que ele era um grande homem.Em sua participação no Vietnã William assumiu o Comando de Assistência militar ao Vietnam.Para muitos ele era um homem de determinação mas para outros William era um militar odiado.William foi uma pessoa que fez de tudo na guerra do Vietnã ou seja se esforçou o máximo possível.Ele morreu em 18 de julho de 2005.
E há um ditado que diz, “sob o comando de Westmoreland, os Estados Unidos ganharam todas as batalhas em que se envolveram até perderem a guerra”.





Nome: Ngo Dinh Diem


Quem foi: Ngo Dinh Diem foi o presidente do Vietnã do sul.Dinh foi o primeiro-ministro do Vietnã do sul depois da conferencia em Genebra. Em 1955, Dinh manipulou o referendo popular que causou o afastamento do imperador Bao Dai. Criou a República e fez-se nomear o presidente. Chefiando um governo ditatorial, com o apoio de seus familiares, do exército corrupto e dos Estados Unidos, colocou o país em uma sangrenta guerra civil com início em 1958. Em 1963 foi assassinado em um golpe militar.





Nome: John Fitzgerald Kennedy

Quem foi: Kennedy foi presidente dos Estados Unidos. Ele era um ídolo para a população americana.Para muitos Kennedy iría trazer paz, esperança, e prosperidade,mas com sua morte em 1963 durante um desfile no Texas isso tudo foi por água abaixo.Kennedy entrou na presidência americana para ser um bom homem mas isto em felizmente não ocorreu.Ele pegou vários problemas no seu mandato e em relação aoVietnã Kennedy não aceitava o envio de tantos soldados para guerra e ele dizia, “introduzir forças militares americanas em grande número hoje no Vietnã, apesar de produzir um grande impacto militar inicial, iria certamente levar a uma política adversa e, a longo prazo, em conseqüências militares adversas”.

Armas Químicas usadas na guerra

Napalm:

O Napalm é um conjunto de líquidos inflamáveis à base de Gasolina, era utilizados como armamento militar, e foi desenvolvido em 1942 durante a Segunda Guerra Mundial nos Estados Unidos por uma equipe de químicos da Universidade de Harvard. O maior problema desse fluído incendiário é que ele salpica e escorre muito facilmente devido à sua baixa viscosidade. O Napalm foi usado em lança-chamas e bombas pelos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e na Guerra do Vietnã, para aumentar a eficiência dos líquidos inflamáveis.



O principal efeito do napalm em bombas, consiste na desoxigenação do ar envolvente e aumento da concentração de Monóxido de Carbono os quais provocam asfixia . Uma outra utilização do Napalm na Guerra do Vietnã consistiu na abertura de clareiras para a aterrissagem de helicópteros. Seu uso foi proibido pela ONU em 1980, em uma convenção.




Napalm sendo usado durante a Guerra do Vietnã a partir de um barco patrulha.




Notícias

Morre americano que ajudou em texto secreto sobre Guerra do Vietnã

Da EFE

Washington, 10 ago (EFE).- Anthony Russo, o investigador que ajudou na divulgação de um relatório secreto que revelou as mentiras da Guerra do Vietnã, morreu em sua casa na Virgínia aos 71 anos de idade.

A Polícia confirmou hoje o fato, que aconteceu na quarta-feira, embora não tenha divulgado os motivos de sua morte.

Conhecidos como Documentos do Pentágono, as 14 mil páginas contidas em 47 volumes de informação altamente secreta abriram um intenso debate público nos EUA no início da década de 70 sobre a Guerra do Vietnã.

Os documentos faziam parte de um estudo secreto encarregado em 1967 pelo então chefe do Pentágono, Robert McNamara, e provam as sabotagens, bombardeios clandestinos, operações terroristas e seqüestros que os Estados Unidos organizaram contra o Vietnã desde 1954.

O principal responsável pelo relatório foi Daniel Ellsberg. Russo o ajudou a reproduzir e distribuir cópias. EFE

As vítimas da guerra




Não se sabe ao certo o número de vítimas das conseqüências da guerra do Vietnã. A maior parte dos consumidores do país morreram, provocando assim uma grave crise econômica nos anos seguintes ao término do conflito. Os que foram mutilados gravemente na guerra fizeram com que a nação perdesse parte considerável da sua juventude. Situação essa que fez com que o Vietnã estagnasse economicamente após o término do longo conflito.
Além de haver uma massa considerável de desqualificados sociais (prostitutas, marginais, ex-traficantes, etc.) e tropas de ocupação, vivendo nos grandes centros urbanos, o Vietnã ainda conheceu o drama do “boat people”, quando milhares de refugiados, provavelmente temerosos das represálias do governo comunista, se arriscaram em todos os tipos de barcos, navegando no meio do nada pelo Mar da China, numa desesperada busca de abrigo, sendo desprezados ou repelidos quando tentavam desembarcar nos países vizinhos.

Texto de apelo à nação

Apelo à nação

“Compatriotas e combatentes em todo o país!

Os imperialistas norte-americanos deflagraram da maneira mais bárbara uma guerra de agressão para conquistar nosso país, mas estão sofrendo grandes derrotas.

Eles enviaram maciçamente um corpo expedicionário de cerca de 300 mil homens ao Sul de nosso país. Mantêm uma administração e um exército de fantoches, instrumentos de sua política de agressão. Utilizam métodos de guerra extremamente selvagens, produtos químicos tóxicos, bombas de napalm, etc. Sua política consiste em incendiar tudo, massacrar tudo, destruir tudo. Eles esperam dominar nossos compatriotas do Sul por meio desses crimes.

Mas, sob a firme e hábil direção da Frente Nacional de Libertação, o exército e a população do Sul, estreitamente unidos e combatendo com heroísmo, têm obtido vitórias gloriosas e estão decididos a lutar até a vitória total para libertar o Sul, defender o Norte e avançar no sentido da reunificação do país.

Os agressores norte-americanos têm impudentemente lançado ataques aéreos contra o Norte de nosso país, na esperança de sair da sua desastrosa situação no Sul e de impor-nos “negociações” segundo suas condições.

Mas o Norte permanece inabalável. Nosso exército e nosso povo redobraram seu ardor para produzir e para combater com heroísmo.

Até hoje, abatemos mais de 1.200 aviões inimigos. Estamos decididos a pôr em xeque a guerra de destruição do inimigo e a apoiar com todas as nossas forças nossos irmãos do Sul.

Ultimamente, os agressores norte-americanos subiram mais um degrau, muito grave, na sua escalada. Eles atacaram a periferia de Hanói e de Haiphong. Este é um ato de desespero, o sobressalto de uma fera mortalmente ferida.

Johnson e seus acólitos devem estar cientes disto: podem enviar 500 mil homens, um milhão ou até mais, para intensificar a guerra do Vietnã do Sul; podem utilizar milhares de aviões para multiplicar os ataques contra o Norte, mas jamais poderão abalar a férrea vontade de combater a agressão norte-americana, pela salvação nacional. Quanto mais agressivos se mostram, mais agravam seu crime. A guerra poderá durar ainda cinco anos, dez anos, 20 anos ou mais ainda; Hanói, Haiphong e outras cidades ou empresas poderão ser destruídas, mas o povo vietnamita não se deixará intimidar. Após a vitória, nosso povo reconstruirá o país, melhor, maior e mais belo.

É público e notório que, cada vez que se preparam para intensificar sua guerra criminosa, os agressores norte-americanos recorrem sempre à trapaça das “negociações de paz”, na esperança de enganar a opinião mundial e de acusar o Vietnã de não querer “negociações de paz”.

Quem sabotou os Acordos de Genebra, que garantiam a soberania, a independência, a unidade e a integridade territoriais do Vietnã? As tropas vietnamitas foram invadir os EUA e massacrar os norte-americanos? Não foi o governo dos EUA quem enviou tropas norte-americanas para invadir o Vietnã e massacrar os vietnamitas? Responda a estas perguntas, presidente Johnson, publicamente, diante do povo dos EUA e dos povos do mundo!

Que os EUA cessem sua guerra de agressão ao Vietnã, retirem todas as suas tropas e as de seus satélites e a paz voltará imediatamente.

A posição do Vietnã é clara: são os quatro pontos do governo da República Democrática do Vietnã e os cinco pontos da Frente Nacional de Libertação do Sul. Não existe outro caminho!

O povo do Vietnã é profundamente amante da paz, da paz verdadeira, da paz na independência, e na liberdade, e não de uma falsa paz, de uma “paz norte-americana”.

Pela independência da pátria, para cumprir nosso dever com relação ao nosso povo em luta contra o imperialismo norte-americano, nosso povo e nosso exército, unidos como um só homem, combaterão decididamente até a vitória final, quaisquer que possam vir e ser os sacrifícios e as privações. Outrora, em condições muito mais difíceis, vencemos os fascistas japoneses e os colonialistas franceses. Hoje, as condições nacionais e internacionais são mais favoráveis, e a luta de nosso povo contra a agressão norte-americana e pela salvação nacional será certamente vitoriosa.”

Ho Chi Minh, 17 DE JULHO DE 1966

Galeria de fotos

Imagem 1

A guerra proseguiu por mais dois anos. Já perto do fim, esta mulher carrega a filha ferida para longe das batalhas.

Imagem 2

No dia 30 de abril de 1975, soldados do Exército norte-vietnamita entraram em Saigon, no Vietnã do Sul, capturaram o palácio presidencial e assumiram o controle do país. Os últimos militares americanos buscaram segurança no telhado de sua embaixada. Muitos dos vietnamitas do sul que trabalharam com os EUA temeram por suas vidas, mas muitos mais correram às ruas para ver os tanques.


Imagem 3


Os corpos dos fuzileiros americanos se encontram semi-enterrados na colina 689, a oeste de Khe Sanh, em 1968. O cerco de Khe Sanh foi uma das mais longas e sangrentas batalhas da guerra. Cerca de 60 mil soldados americanos morreram no Vietnã e mais de 300 mil ficaram feridos.
O número de vítimas vietnamitas, no entanto, foi muito mais alto. Estima-se que mais de 500 mil tenham morrido e milhões tenham ficado feridos.

Imagem 4

Com a retirada americana em 1973, muitos prisioneiros de guerra foram soltos. Ao voltar do Vietnã, o tenente coronel Robert L. Stirm reencontra sua família em uma base militar na Califórnia. Os sorrisos dizem tudo.

Imagem 5

Protestos contra a guerra foram registrados nos Estados Unidos e no resto do mundo.Nos EUA, mesmo os cadetes em desfile foram alvo das manifestações.


Imagem 6

Esta foi a primeira guerra que usou helicópteros. As tropas podiam ser deslocadas rapidamente para qualquer lugar no país, fazendo com que os soldados participassem de mais combates do que na Segunda Guerra Mundial. Esta foto de helicópteros do Exército americano atirando contra soldados vietcongs perto da fronteira cambojana lembra filmes de Hollywood...

Imagem 7


Imagem 8

Do ponto de vista de um fotojornalista, a Guerra do Vietnã foi única. Com acesso praticamente irrestrito aos campos de batalha, muitos fotógrafos mostraram a guerra de modo nunca antes visto. Apesar da tecnologia, este foi um confronto de guerrilhas com muitas batalhas, permitindo que momentos intensos fossem registrados.

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O acesso irrestrito significava riscos. Mais de 135 fotógrafos de todos os lados foram dados como mortos ou desaparecidos. Aqui, o fotógrafo da AP Huynh Thanh My cobre um batalhão vietnamita alocado no delta do rio Mekong, cerca de um mês antes de ele ter sido morto em combate, em 10 de outubro de 1965.

Imagem 10

...mas de perto, o "glamour" da guerra desaparece. Um paraquedista ferido do 101º batalhão lidera uma evacuação de helicóptero pela selva para resgatar feridos durante uma patrulha de cinco dias em Hue, Vietnã do Sul, em 1968.

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Esta também foi uma guerra em que as imagens mudaram a opinião pública – imagens como esta, do fotógrafo Nic Ut, da menina Kim Phuc, então com 9 anos. Em 8 de junho de 1972, um avião do Vietnã do Sul acidentalmente lançou sua carga de napalm no vilarejo de Trang Bang. Com suas roupas em chamas, Kim Phuc fugiu do vilarejo com a família, para ser transportada para um hospital. Ela sobreviveu e hoje mora nos Estados Unidos.


Imagem 18

Guerra do Vietnã terminou em 1975, mas o flagelo causado pela contaminação provocada por um herbicida chamado agente laranja ainda não terminou.


Imagem 19

O massacre mais famoso, entre tantos registrados na história, no entanto, foi um ocorrido em 1968, no auge da guerra do Vietnã. A pequenina cidade de My Lai, foi invadida pelos marines americanos. Massacraram 300 moradores da pacata cidade.


Imagem 20

Cena comum da Guerra do Vietnã:Contagem de Corpos sem vida, dos quais figuram em maior número crianças e adolescentes. Após a contagem, eles eram jogados em um buraco para serem enterados sem maior cerimônia, queimados ou "recolhidos" pelos seus amigos e/ou parentes.

Imagem 21

Os métodos de tortura foram muito usados na Guerra do Vietnã, e um deles consistia em mergulhar a vítima em um tonel com água, enquanto soldados espancavam suas costas.















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Eu quero saber, você alguma vez viu a chuva?
Eu quero saber, você alguma vez viu a chuva
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Ontem e nos dias anteriores,
o sol estava frio e a chuva estava forte.
Eu sei; tem sido assim toda a minha vida.
E para sempre assim será
através do ciclo, rápido e devagar.
Eu sei; isso não vai parar, eu me pergunto.

Eu quero saber, você alguma vez viu a chuva?
Eu quero saber, você alguma vez viu a chuva
Caindo em um dia glorioso?

Yeah!

Eu quero saber, você alguma vez viu a chuva?
Eu quero saber, você alguma vez viu a chuva
Caindo em um dia ensolarado?

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Não sou eu, não sou eu
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Não sou eu, não sou eu
Eu não sou filho do senador, não
Não sou eu, não sou eu
Não sou nenhum filho de felizardo, não

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Girava o mundo
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Mas mesmo assim
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Cantava Help
And Ticket To Ride
Oh Lady Jane, Yesterday...

Cantava viva, à liberdade
Mas uma carta sem esperar
Da sua guitarra, o separou
Fora chamado na América...

Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs
Mandado foi ao Vietnã
Lutar com vietcongs...

Ratá-tá tá tá...
Tatá-rá tá tá...
Ratá-tá tá tá...
Tatá-rá tá tá...
Ratá-tá tá tá...
Tatá-rá tá tá...
Ratá-tá tá tá...

Era um garoto
Que como eu!
Amava os Beatles
E os Rolling Stones
Girava o mundo
Mas acabou!
Fazendo a guerra
No Vietnã...

Cabelos longos
Não usa mais
Nem toca a sua
Guitarra e sim
Um instrumento
Que sempre dá
A mesma nota
Ra-tá-tá-tá...

Não vê amigos
Nem mais garotas
Só gente morta
Caindo ao chão
Ao seu país
Não voltará
Pois está morto
No Vietnã...

Stop! Com Rolling Stones
Stop! Com Beatles songs
No peito um coração não há
Mas duas medalhas sim....

Ratá-tá tá tá...
Tatá-rá tá tá...
Ratá-tá tá tá...
Tatá-rá tá tá...
Ratá-tá tá tá...
Tatá-rá tá tá...
Ratá-tá tá tá...

Ra-tá-tá tá-tá ...
Ra-tá-tá tá-tá ...

Sem Amanhã
BIOS

A grande águia voou pra guerra
Levou a morte, levou miséria
A guerra é fria e não é bela
Dançar com a morte é o que se espera

Gás laranja, gás mostarda
Depois de anos não se apaga
Estupros, assassinatos
Soldados drogados
Maconha e ópio
Se a bandeira é vermelha
A pele á amarela
Entre o céu azul e branco
O vermelho causa espanto

Sem amanhã, sem amanhã
Ainda é guerra no Vietnã

A águia foi atingida
Voou pra casa ferida

Não há direita nem esquerda
Somente a morte bailando sobre a mesa
Não há direita nem esquerda
Somente a morte

Sem amanhã, sem amanhã
Guerra, guerra